sexta-feira, 15 de março de 2013

Moradores do Jardim Botânico e do Horto fazem manifestações em frente ao parque


Fonte: G1
  • De um lado, os que são contra a ocupação irregular do parque; do outro, quem mora lá há mais de 60 anos e não quer sair


Moradores das associações de moradores do Horto e do Jardim Botânico protestam na entrada do Jardim BotânicoO Globo / Hudson Pontes
RIO - Uma briga antiga entre associações de moradores do Jardim Botânico e do Horto (Amahor) movimentou a manhã deste domingo. De um lado, cerca de 150 manifestantes da Associação de Moradores e Amigos do Jardim Botânico (AMA - JB), que defendem a preservação integral do parque, alegando que ele faz parte do Patrimônio Histórico Nacional. Do outro, outras 50 pessoas da Associação de Moradores e Amigos do Horto (Amahor), que vivem há mais de 60 anos nas áreas tombadas do Jardim Botânico e se recusam a sair. O primeiro grupo marcou uma manifestação para as 10h. O segundo chegou às 8h, para fazer seu próprio protesto. Carregando faixas e cartazes, eles ficaram em lados diferentes da calçada em frente ao parque e trocaram acusações até o início da tarde.
Atualmente, são 600 famílias - um total de 1800 moradores, em sua maioria descendentes de empregados antigos do JB- vivendo irregularmente no Jardim Botânico. Munidos de cartazes e carro de som, os moradores da área - que não pagam IPTU - pediam a regularização fundiária. A Polícia Militar acompanhou a manifestação, que não alterou o trânsito.
- A AMA-JB alega que somos invasores. Outra mentira é dizer que estamos na área do Jardim Botânico. Estamos numa área contígua ao Jardim Botânico, que pertence à União. Além de não ter legitimidade, a associação não tem poderes para resolver a situação latifundiária de ninguém. Querem tirar a gente daqui, mas para onde iríamos? E com certeza aquela área será entregue à especulação imobiliária. Vamos parar com essa elitização de que pobre não pode morar em áreas nobres da cidade - atacou Emilia Maria de Souza, a presidente da Amahor.
Mas, segundo Regina Carquejo, advogada da AMA-JB e do movimento S.O.S Jardim Botânico, a história não é bem assim:
- Não será entregue à especulação imobiliária de jeito nenhum. Queremos reflorestar o Jardim Botânico, nosso patrimônio. Somos contra qualquer tipo de ocupação ilegal dentro da área tombada do Jardim Botânico. E os entornos também devem ser preservados. Já fomos contra a construção de residências de luxo na área.
Entre as reclamações da AMA-RJ está a poluição do Rio dos Macacos que, segundo Regina, virou um esgoto a céu aberto.
- Há moradias ilegais em cima dele. Há muita coisa errada.